Vaishnava Dasa nasceu no Uruguai. É discípulo de S.S. Srila Bhakti Bushan Swami
Maharaj. Uniu-se ao movimento em 1985 na cidade de Montevidéu, indo morar no
templo. Alguns meses mais tarde a distribuição de livros tornou-se seu serviço regular.
Depois de assumir a vida de chefe de família, mesmo tendo outra ocupação, continuou
distribuindo livros aos sábados, sempre que possível. Atualmente, em viagem pelo
Brasil, se uniu ao time da reforma do novo templo de Florianópolis.

Carta de Sankirtana: Qual a importância da distribuição de livros?
Vaishnava Dasa: Bom, quanto à importância da distribuição dos livros de Srila
Prabhupada, de fato estes livros são revolucionários, com uma filosofia única que
tem conseguido, está conseguindo e conseguirá mudar o coração das pessoas que
tenham acesso a eles, que leiam com submissão e com a mente aberta. Então esta é
a principal importância das escrituras védicas dadas por um devoto puro de Krishna
como Srila Prabhupada.
Carta de Sankirtana: Quando começou a distribuir livros?
Vaishnava Dasa: Comecei a distribuir livros ainda como brahmachari, poucos meses
depois que entrei no templo de Montevidéu, em 1985.

Carta de Sankirtana: Gostaria de contar-nos alguma história especial que
tenha acontecido enquanto distribuía livros?
Vaishnava Dasa: Então, passatempos de sankirtana tem muitos. Passatempos muito
lindos. Muitas realizações nestes passatempos, nos quais a gente vê que Krishna está
agindo.
Certa vez passei o dia todo tentando distribuir os livros da melhor maneira possível,
mas não consegui distribuir nem um só livro. Naquela época estava distribuindo em um
balneário do Uruguai chamado Ponta de Leste e, no final do dia, estava voltando para a
casa de um devoto que morava lá, e de repente, em uma casa com um jardim havia um
casal e eles ficaram me olhando, então eu os cumprimentei e pedi para entrar no jardim,
e eles me deixaram entrar. Eu lembro que ela me perguntou: “Tu estás vendendo livros?”
Eu falei “Sim”. Ela me perguntou sobre o que falavam os livros, eu lhe disse que falavam
sobre yoga. Ela olhou para o rapaz que estava com ela e falou: “Olha! Justamente o tema
de nossa conversa!” Então eles me convidaram para sentar. Ali no jardim tinha uma
mesinha, umas cadeiras, e eu me sentei e comecei a apresentar todos os livros que eu
tinha. O resultado foi que eles ficaram com todos. Os pequenos, os médios, os grandes,
os maha. Todos os livros. Naquela época tive a sorte que eu estava com todos os livros:
Kapiladeva, Rainha Kunti, Os Ensinamentos do Senhor Chaitanya, quase todos os livros
pequenos… e foi muito bom. Depois eles dois se tornaram devotos, e foi um néctar,
porque todo o serviço que eu tinha feito durante o dia sem ter resultados tangíveis, no
final do dia veio a coroação. Foi muito bom em todos os sentidos. Eles deixaram uma
doação excelente, porque neste balneário tem pessoas de bom karma, materialmente
falando.
Em todos os sentidos valeu a pena, e o que me lembro é que neste dia eu estava
com uma consciência muito boa, pela graça de Guru Maharaj e de Krishna. E no final do
dia, antes de distribuir os livros para este casal eu não tinha caído na mental nem estava
cansado. Ainda que não tivesse obtido o resultado, eu me sentia muito bem, com a
sensação do dever cumprido, e estava voltando. Então Krishna fez com que eu passasse
perto da casa desses dois futuros devotos.
É isso aí. Não tenho muito mais o que falar, só que a gente é muito
afortunado. O sankirtaneiro sabe disso. Muito afortunado de poder fazer este
serviço. Eu gosto muito de sankirtana e sempre que tenho esta oportunidade
saio à sankirtana. Neste momento me encontro engajado na reforma de um
templo, aqui de Florianópolis. Estou fazendo outro tipo de serviço, mais serviço
de obra, mas também é muito bom. Tem os sankirtaneiros aqui que saem com
regularidade. Um ou outro sábado eu também gosto de sair, quando possível.

Carta de Sankirtana: O que lhe inspira a distribuir livros?
Vaishnava Dasa: O que falei acima é uma das coisas que me inspiram a distribuir livros.
Também, a reação das pessoas que recebem estes livros. Principalmente quando essas
pessoas começam o caminho de bhakti yoga, quando essas pessoas chegam perto dos
templos e sempre ficam gratas aos livros que abriram as portas desta filosofia de vida,
desta forma de vida sublime. Isso é o que me inspira.
Carta de Sankirtana: O que aconselharia a alguém que quer distribuir livros?
Vaishnava Dasa: Quem sou eu pra aconselhar? Vou apenas dizer que, se há alguém que
queira distribuir livros, faça isso sempre dirigindo-se às pessoas com muito amor. Esta
filosofia é realmente de grande valor, e esta era de Kali, que dura 432 mil anos, só tem
um lapso de dez mil anos, que começou faz quinhentos e tantos (dentro de 400 mil,
dez mil anos não é nada). Nesses dez mil anos e nestes poucos anos que nós estamos
aqui nesta Terra, nós temos que tentar distribuir livros e desta maneira salvar a maior
quantidade de almas que a gente puder, não é? O que se torna muito difícil, às vezes, no
começo, para distribuir livros, justamente é o falso ego de a pessoa ter alguma natureza…
Por exemplo: a timidez. A timidez não deixa a pessoa poder conversar com outras. Tem
outros que são mais extrovertidos, mas para aqueles que são pesados no falso ego,
introvertidos, às vezes não é fácil. Mas a gente tem que deixar tudo isso de lado. Antes
de distribuir livros, a gente deve cantar uma boa japa, se possível as dezesseis voltas.
Assim tudo vai ser mais fácil. É um jeito de situar-nos bem pertinho de nossa plataforma
espiritual original, onde não há todas essas travas do ego falso.

Categorias: Entrevistas