Nas vésperas do Nityananda Trayodasi, estávamos intensificando a
divulgação do templo para o festival. Neste dia tínhamos o programa em
Balneário Camboriú e antes faríamos um harinama para distribuir convites.
O bhakta Franco e eu já estávamos distribuindo livros há algum tempo
esperando o grupo de harinama chegar. Não éramos muitos devotos, não
tínhamos muito tempo e, para piorar, os devotos estacionaram o carro muito
longe de onde estávamos, e não podíamos atrasar a programação. Todo
esse cenário criou uma certa ansiedade.
Devido ao horário, os devotos do Harinama começaram a quase
literalmente correr para chegar ao carro. Eles iam por um lado da avenida e
eu pelo outro lado, também correndo, enquanto cantava e distribuia convites.
Até que me deparei com essa visão: através do vidro de uma imobiliária,
vários funcionários estavam hipnotizados pelo Harinama que passava do
outro lado da rua.
Eles haviam parado seus serviços para apreciar os devotos, e embora
estivessem ainda dentro da sala de trabalho, estavam muito felizes e mesmo alguns
tentavam acompanhar o mantra cantando. O mais impressionante é que eu, que
estava ali fora, consciente do que estava acontecendo, mal conseguia acompanhar a melodia devido ao barulho (não tínhamos nenhuma amplificação da voz) e à
correria da rua, mas, pela misericórdia especial de Nityananda Prabhu, aquelas
pessoas estavam tão afixadas nos Santos Nomes que eu tive que deixar o grupo
de Harinama ir embora e parar para falar com eles.
Todos foram efetivamente muito favoráveis a minha “invasão” e mesmo
duas funcionárias que conversavam atrás da mesa, quando eu perguntei se
todos já sabiam cantar o mantra, elas puxaram a melodia do Nando Reis e
ensaiaram uma espécie de dancinha “indiana”.
Então comecei a mostrar os livros e todos eles começaram a falar
sobre o Gita: “Esse é perfeito pra Gisele!”, “É! Esse tem a cara da Gisele!”,
“A Gisele com certeza ia amar…”. E eu comecei mentalmente a perguntar:
“Onde está a Gisele?! Onde está a Gisele!?”
Acontece que Gisele é a esposa de um dos funcionários. E ele acabou
levando o livro de presente para ela.
Particularmente, fico muito feliz quando as pessoas na rua levam
livros para presentear seus amigos, principalmente o Gita, pois sinto como
se a pessoa estivesse abrindo um elo, por ouvir o que o sankirtaneiro tem
a dizer; fechando um elo ao contribuir pelo livro; e abrindo um outro elo,
entregando o livro à pessoa presentada.
Jay Sankirtana yajna ki Jay!
Seu servo, Mahananda Murari Dasa.

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