Primeiramente eu gostaria de oferecer
minhas respeitosas reverências ao meu mestre
espiritual iniciador e a todos os devotos que me
instruíram e ainda me instruem na consciência
de Krishna.
Agradeço à Carta de Sankirtana que
bondosamente me convidou para escrever algo
para esse artigo.
Eu tive a boa fortuna de participar do
encerramento da última maratona, e fiquei feliz
de ver tantos novos devotos distribuindo os
livros de Srila Prabhupada. Naturalmente foi
uma inspiração para eu voltar a distribuir livros.
Comecei a distribuir livros em 2010 e de lá para cá pude participar de
muitas maratonas e pude ver muitos devotos entrarem e saírem desse grandioso
serviço e mesmo da consciência de Krishna. Então, olhando para estes novos
devotos, para os devotos mais velhos e para mim mesmo, eu me pergunto: “Onde
cada um de nós estará daqui a alguns anos?” Não apenas fisicamente, mas
principalmente em termos de consciência de Krishna. Então pensei em trazer
essa reflexão. Que tipo de devoto eu sou hoje e que tipo de devoto eu quero ser
daqui a 2, 5 ou 10 anos? Será que vou estar distribuindo livros? Como estará
minha fé e meu gosto por cantar os santos nomes? Como estará minha fé nas
Deidades e minha compreensão das escrituras? Como estará minha tolerância,
empatia e capacidade de apreciar e me relacionar com os devotos em geral?
Como serão minhas orações e minha relação com Krishna?
Só para dar um exemplo: depois de uma das edições do Clube da Japa
conversávamos sobre como muitos devotos (e nós mesmos) ainda permanecem
no estágio de nama-aparadha mesmo estando praticando há mais de 20 anos,
e esse é simplesmente o primeiro estágio do cantar.
É muito importante sabermos onde estamos e onde queremos chegar.
Sabemos que nosso objetivo final é Krishna prema bhakti, mas esse objetivo pode
estar um pouco distante para alguns de nós e por isso é importante fazermos
planos a curto, médio e longo prazo para progredirmos em consciência de Krishna.
De outra forma seremos nós daqui a 20 anos ainda lutando contra anarthas
grosseiros e cantando os santos nomes ofensivamente sem muitas realizações.
Mas por que estou trazendo essa reflexão para a Carta de Sankirtana?
Porque o exemplo deve preceder o preceito… Ou seja, se nós mesmos não
estamos praticando seriamente qual será a força da nossa pregação? E mais
importante do que isso: como será o nosso futuro em consciência de Krishna?
Assim como nos empenhamos e fazemos planos materialmente… “daqui a
tanto tempo quero terminar minha graduação, pós-graduação, construir uma casa,
guardar umas samosas depois do festival, etc.” da mesma forma precisamos fazer
planos para avançar em consciência de Krishna… “quero melhorar a qualidade
da minha japa”, “quero terminar de ler o Srimad-Bhagavatam”, “preciso ser mais
humilde e apreciativo”, etc. O que posso fazer na prática para alcançar esses
objetivos?
Para concluir eu diria que um bom sankirtaneiro ou um bom pregador é
antes de tudo um bom devoto, introspectivo e com bom sadhana.
Claro que o avanço em consciência de Krishna não depende apenas do
nosso esforço, é preciso ter a misericórdia dos devotos e de Srimati Radharani.
Portanto, oro a todos vocês que me abençoem para que eu possa avançar em
consciência de Krishna e ser um bom instrumento na missão de Srila Prabhupada.
Seu servo,
Tirtharaj Dasa.

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