Às vezes, pode ocorrer de nossa mente pensar em abandonar a consciência de Krishna, pois
enfrentamos muitas dificuldades durante o processo. Essas dificuldades são produto da
contaminação material que adquirimos vida após vida. A luta com a mente muitas vezes nos deixa exaustos. Então surge o desejo de ter algum alívio. Mas se a mente não estiver bem, não importa onde você vá.

Você pode ir embora, fazer planos, ir para a casa de seus pais, pode desejar ficar sozinho e se isolar por um tempo, ou pode se jogar de vez no desfrute sensorial e enganar a si mesmo. Você pode até desejar suicídio, mas não adianta, não tem jeito. A mente não irá lhe dar paz em lugar nenhum. Nós estamos doentes. É uma luta sem trégua.

Identificados com a matéria, nunca ficamos satisfeitos, nada nunca está bom. O fato é que essas dificuldades virão, mesmo que você esteja praticando o processo da consciência de Krishna. Isso é nosso karma. De alguma forma nós geramos tais incômodos para os outros em algum momento e agora estamos experimentando o resultado de nossas ações. Ou seja, teremos que lidar com essas dificuldades, de um jeito ou de outro. É inevitável.

A diferença é que, praticando a consciência de Krishna, primeiramente nosso karma é drasticamente atenuado, reduzido. Krishna nos dá um grande desconto. E o outro ponto é que através do serviço devocional nós estamos simultaneamente evitando adquirir mais contaminações, e além disso estamos nos purificando das contaminações já adquiridas no passado, ou seja, estamos caminhando na direção da solução definitiva.

Na vida material não temos nenhuma chance de resolver nossos problemas, pelo contrário, estamos apenas alimentando mais a nossa doença, incrementando nossos vícios mentais, e depois vai ser ainda mais difícil desmanchar esse nó cego.

Você entende como é doloroso viver com uma mente doente? Você tem essa experiência?

Agora pense: todas as pessoas (simplesmente todas as pessoas!) na vida material vivem isso o tempo todo. Carências, mágoas, frustrações, ansiedades, falta de propósito; e como são desprovidas de conhecimento espiritual profundo, elas nem sequer compreendem o problema e, menos ainda, vislumbram uma solução. As pessoas não sabem como resolver definitivamente o problema da mente, então a única alternativa que elas encontram é tentar dar algum alívio para que elas possam suportar o peso da existência.

Muitos desejam dar uma pausa, comer algo saboroso, sentar e tomar uma cerveja no final da tarde, fumar um cigarro, chegar em casa, tomar um banho e relaxar, assistir um filme, comer um chocolate ou ter um pouco de vida sexual. Sentem vontade de viajar, pegar um ônibus, um avião ou um carro, sentem vontade de andar por aí ou pedalar ou dirigir para pensar na vida. Outros estão tão afundados na depressão que querem simplesmente dormir, aguardando que a vida passe e logo chegue ao fim. Há ainda os que preferem a autodestruição ou se entorpecem para perder a consciência e suspender a vida por alguns instantes. Alívio, apenas alívio imediato. Mas o problema continua.

Então, o General do exército do Senhor Chaitanya, o Jagad Guru, o devoto puro dotado de poder, o acharya destemido, Srila Prabhupada, veio – por pura compaixão para dar a verdadeira solução de todos os problemas. Não para fazer reformas, mas para fazer revolução. Prabhupada disse “Sim, é uma revolução. É isso que eu penso enquanto escrevo – Uma revolução para mudar todo o curso da humanidade” (carta a Ramesvara, Janeiro de 1977).

Por isso precisamos expandir esse canto dos Santos Nomes nas ruas, a distribuição de livros e a distribuição de prasadam. Para que, mesmo sem saber, as pessoas sejam beneficiadas e tenham alguma chance de pararem de prolongar seu sofrimento.

A maior qualificação de um discípulo é compreender e absorver o humor do guru. O humor de nossa sucessão discipular é: compaixão. Sacrificar-se pelo bem-estar real dos outros. O guru sabe que as pessoas estão em ignorância, que elas não buscarão por purificação, pois, devido à sua condição, elas nem mesmo compreendem porque estão sofrendo, apenas sentem sofrimento e querem alívio.

O guru quer dar alívio definitivo, a consciência de Krishna. Então para purificá-las o guru leva até elas o conhecimento transcendental. Ele engaja os discípulos nessa missão. É isso que Prabhupada nos pede: “DISTRIBUAM LIVROS! DISTRIBUAM LIVROS! DISTRIBUAM LIVROS!”. Esta Carta de Sankirtana é uma singela tentativa de inspirar cada vez mais os devotos a desejarem satisfazer o desejo e a ordem de Srila Prabhupada, contribuindo com sua revolucionária e gloriosa missão.

Seu servo,

Manohara Saciputra Dasa.

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