Nirguna Dasa: O néctar da distribuição de livros é agir como uma alma espiritual, um servo de Krishna e do mestre espiritual, um salvador das entidades vivas caídas. Não é possível agir da plataforma material. Esse é o néctar — se distanciar dos modos da natureza material. Outra coisa nectárea é ver Krishna agindo e nos permitindo agir em Seu nome. Krishna ajuda as jivas a levarem os livros. Ver as pessoas se tranformando também é maravilhoso. Essa é a sua oportunidade. Efetuaram a conexão.

Gauri Devi Dasi: A experiência mais profunda para mim foi aprender a refugiar-me mais e mais no sankirtana — considerá-lo um abrigo, um espaço onde vivenciava minha relação com Krishna. Quando ia para a rua, orava durante todo o tempo a Krishna, ou a maior parte do tempo. Assim, ficou cada vez mais claro que, sempre que realizava sankirtana e tentava distribuir livros e pregar para as pessoas sobre Krishna, sentia-me segura porque estava com Krishna. Pude vivenciar que estava fazendo o meu melhor para servir a Krishna naquele momento. E outra coisa que fez com que o sankirtana me desse vida e fosse uma experiência profunda, foi que, gradualmente, comecei a viver trocas reais e crescentes com as almas condicionadas. Quanto mais orava e tentava ser externamente estável, mais Krishna me permitia concentrar-me e vivenciar uma relação verdadeira com a alma condicionada. Quando você deixa ir sua personalidade material e seu condicionamento, e você realmente tenta ver a origem de alguém e se esforça por conectar com essa pessoa, não pode parar de saboreá-la. É uma experiência muito doce; você sente certo amor proveniente das almas condicionadas. Elas o apreciam muito. É a própria alma, sendo ela percebendoou não o que está acontecendo. Mas você pode perceber o que está acontecendo. E se você sentir amor pelas almas condicionadas, perceberá que este amor vem de Krishna. Não vem apenas de você, embora também o sinta. Acontecem duas coisas ao mesmo tempo. Você percebe que está recebendo a misericórida de Krishna —nãoé você quem está dando misericórdia independentemente de Krishna — e recebe a permissão para vivenciar esse amor. Isto é o que acontece comigo quando distribuo livros, e é tão agradável que sempre quero sair e fazer isto. 

Tapas Dasa: Às vezes me traz vantagens escrever algumas linhas durante astardes. Somente tento lembrar-me do que aconteceu no dia para descobrir o que houveou o que fiz de errado. No dia seguinte tento melhorar esse aspecto. Porque aprendemos a ser devotos enquanto fazemos sankirtana. É educativo. Não é que o mestre espiritual não esteja dando instruções em todo momento e nós saibamos de tudo. Nosso mestre espiritual não visita a Noruega com freqüência. Estamos muito longe, e inclusive é muito difícil viajar para a Suécia. Assim, aprendemos nas ruas. E o Senhor Chaitanya nos diz o ponto onde nos encontramos. Um dia achamos que somos humildes, porém, o Senhor Chaitanya sabe que somos orgulhosos. E Ele nos faz saber que somos orgulhosos. Alguém aparece e esmaga o nosso falso ego. Ou se nos encontramos indefesos ou desesperados, Krishna nos envia um pouco de néctar. Dessa forma, a troca é sempre muito intensa. Portanto, os devotos que viajam realizando sankirtana não querem ficar no templo. Eles sentem mais a presença de Krishna nas ruas do que no templo. Às vezes é supreendente como pode-se sentir a presença dEle.

O exemplo e a companhia de outros distribuidores de livros

Sri Chaitanya Mahaprabhu enfatizou que o mais importante para um devoto é reunir-se com outros devotos. Esta companhia é a fonte de todas as formas de inspiração: desde o primeiro aprendizado sobre a consciência de Krishna, até aprender a cantar e realizar serviço devocional, e compreender a filosofia, ao mestre espiritual e sua missão. Mesmo quando não desfrutamos da companhia direta dos devotos (quando estamos sozinhos distribuindo livros), sabemos que a força e a inspiração que sentimos provêm da Sua companhia. Sempre podemos sentir Sua presença.

Brihadbhanu Dasa: Uma importante fonte de inspiração é a companhia dos devotos, não somente se reunindo diretamente com eles, senão também meditando neles. Na última maratona de Prabhupada, por exemplo, Arjuna Prabhu visitou a casa onde estavam ficando todos os devotos. Ele tinha ficado muito ocupado com a administração, e veio para tentar entrar no humor da distribuição de livros. Na casa se encontrava Jiva, que distribuía 2.500 livros por semana! Isto inspirou muito Arjuna, que começou a meditar em Jiva e, assim, foi para a estação ferroviária e distribuiu uma grande quantidade de livros. Teve um efeito imediato. Simplesmente entrou na onda da vibração e distribuiu muitos livros.